Então mas oh Ângela, conta lá que outfiit escolheste para a janta...
Ora bem, dado o frio a minha primeira opção era um pijama muito jeitoso que comprei na Primark com umas renas em flanela. Mas em não podendo ser, vai de ir ao armário com a convicção de que gastar dinheiro estava fora de questão.
Optei por um vestido vermelho, simples e de corte clássico pelo joelho. Stilletos pretos que também são um clássico e uma clutch linda em prata que fez furor lá pelo gajedo (mal sabem que aquilo foi um brinde qualquer p'raí na caras ou Tv Guia, mas adiante) e siga para bingo. O baton vermelho condizia com o nariz gelado do frio e os joelhos quase que ganharam frieiras. Mas pronto, bom ambiente, gente gira, animação e comidinha que no fundo é o que anima a malta.
Fica uma foto das 3 estarolas para a posterioridade
Está tanto, mas tanto frio que eu estou aqui a trabalhar no arquivo e a ponderar seriamente levar esta bodega toda para a sauna e a trabalhar a partir de lá.
Domingos de manhã deviam ser como o outro: na caminha!
Ia lendo este post quando se esboçou em mim um sorriso triste de concordância. É verdade, somos tão fragéis e a vida é tão incerta que nem conseguimos saber sequer se a metade do dia de hoje nos estará ainda reservada.
Há muitos anos atrás, foi para a minha mãe que não esteve. Saiu sorridente de casa, a prometer que de tarde iriamos à praia e que só iria ali ao fundo da rua num instantinho. Já não voltou.
Existem pessoas que nos vamos habituando a ver todos os dias e a quem cumprimentamos todos os dias que mesmo com os anos que já carregam, nem nos passa pela cabeça o dia sem elas. O Sr. A (não, não é o mesmo do post da 'Na) é, junto com a esposa uma dessas pessoas. A D. Lourdes é uma avó para mim. O Sr. A é o marido dela, o Sr que eu cumprimento sempre quando passo pela horta que ele insiste em manter, o sr a quem eu comprava produtos frescos para as minhas sopas. Ele está no hospital e o diagnóstico é reservado, e ontem caiu-me a ficha. O Sr tem 80 anos e são inevitáveis os dias sem ele. Agora ou mais daqui a uns tempos. Por causa deste problema de saúde ou de outra coisa qualquer (a minha mãe era muito saudavel)... a morte é certa, é um cliché mas é verdade. Mas por muito certa que seja, a verdade é que nunca nos lembramos dela e da sua inevitabilidade. E um dia, nem o Sr. A nem a esposa cá estarão. Nem outras tantas pessoas ou nem sequer eu (não levem isto como um post depressivo, que não é) e isso, por ser tão certo e tão verdade deveria ser suficiente para nos ajudar a ver e a viver certas coisas de outra maneira.
Antes de mais, a lista de desejos de Natal que aqui vou postando é apenas isso: uma lista de desejos. Duvido muito que vá receber alguns deles e outros, provavelmente serei mesmo eu a comprar se os quiser ter. (Hey, mereço presentear-me sim?!)
Este ano, os meus sobrinhos rondam todos os 5/ 6 anos e tenho 2 adolescentes a quem mimar. Gostaria de dar um mimo ao namorado que merece e pelo menos para o meu pai a coisa é mais fácil. Tenho algumas lembrancinhas pensadas para presentear as amigas e é basicamente isto. A questão é que, se por um lado o espirito natalicio chegou cá bem cedo, por outro, nesta questão estou completamente à deriva. Além de não fazer a menor ideia do que dar ao meu sobrinho de 18 anos, menos ainda faço sobre o de 5. E à moça de 13?! E às de 5 e 6?!
A ajudar a isto, não estou propriamente rica e por isso não me posso esticar muito nisto dos presentes... Alguém tem ideias? Alguém com filhos nestas idades que me queira iluminar?
Hoje o dia, apesar do mau tempo lá fora, correu um pouco melhor. Não começou da melhor maneira. Acordei cansada de chorar durante a noite. Perdida nas coisas que devia fazer daqui para a frente. A duvidar se estaria no caminho certo e a tomar as decisões mais acertadas. Uma dor de cabeça que latejava e me deixava nauseada, isso tudo aliado aos compromissos que tinha para todo o dia e que tinham que ser cumpridos.
Não aconteceram milagres, não houve uma epifania, nem sequer me saiu o euromilhões. Nada disso. Aliás, o dia correu muito normalzinho até. As coisas, ao longo das horas é que me foram tomando forma na cabeça. Um café bem forte depois de acordar, uma conversa com uma amiga, um banho quente e um levantar os braços porque o caminho é em frente e a certeza de que apenas tenho que manter quem e o que me faz bem na minha vida independente do resto, ajudaram muito.
Depois do almoço, fiz os telefonemas que tinha que fazer, alinhavei o resto dia dia e entrei ao serviço. Agora, é preparar-me para entrar no outro emprego e chegar a casa mais logo, com a sensação de dever cumprido para me afundar nos cobertores e descansar. Bem preciso de uma boa noite de sono para compensar esta ultima.
Um ciclo que eu sentia de devia fechar há muito. Sabia disso... mas existem laços e obrigações que impomos a nós próprios (ou que nos são impostos vá) que muitas vezes nos fazem querer manter as pessoas e as suas relações nas nossas vidas e ir calando. Até nos darmos conta que nos anulamos muitas vezes nessas mesmas relações. Acabamos a dizer sim só para não haver mais uma discussão. Calamos só para não prolongar um mal entendido ou pedimos desculpa só para que tudo fique por ali.
A questão é que hoje percebi que ando atada a relações que já estão de costas voltadas para mim há muito. Que não me fazem bem e que simplesmente não fazem sentido na vida que quero para mim nem para a pessoa que quero ser. E eu não quero ser uma pessoa que se cala e que se anula constantemente por todos. A vida é um permanente deixar ir, uma sucessão constante de ciclos em que este aqui encerrou hoje. Sem culpas nem ressentimentos.