Prefiro usar esta palavra: estranho! Não foi um mês mau, de todo. Fui ao cinema com uma amiga, regressei ao exercicio fisico, tivemos uns dias de Primavera maravilhosos, passeei um pouco pela cidade numa manhã de sol, experimentei as melhores panquecas de sempre (de aveia, com mirtilos e cidreira), fiz a primeira ecografia onde lhe ouvi o coraçãozinho (sim, vou ser mamã)... coisas fantásticas mesmo.
E depois foi um mês longo, cansativo e esgotante. As coisas a acontecer continuam demoradas, despesas extra que me levaram grande parte da motivação, fantasmas que regressaram, ansiedade e cansaço.
Resta-me manter-me centrada, rever os objectivos e o que tem que ser feito de forma a não me desviar do caminho. No meio disto tudo acalmar as hormonas (essas putas!) e manter a confiança e a fé à qual me tenho agarrado.
Contas e despesas com que não se contavam, mais algumas tentações em que caí e que me fizeram sair fora de toda uma linda bolha de organização financeira que tinha planeado. Damn!
Um vestido. Um casaco. Uns chinelos de quarto e uns óculos de sol (oh pá, lindos e baratuchos, mas que não deixam de ser um gasto extra e um pouco desnecessário!).
Sofro sempre disto no inicio das estações, com coisas novas, fofinhas e a chamar pelo sol... a juntar às 4 estações que se manifestam todas no mesmo dia e que me fazem nunca saber o que vestir de manhã. Porque de manhã está frio, mas oh pá, espera que depois fica sol e as temperaturas sobem até me fazer sentir em pleno mês de Julho, mas depois descem à tarde e nota-se ali um fresquinho que vai crescendo até eu me lembrar que podia ter guardado um cachecol na mala do carro.
E depois passamos por uma montra e lá está, um casaquinho perfeito para a meia estação, num tom claro que nada tem a ver com o cinzentão que já vestimos há tanto tempo, que até ficava bem lá com as camisolas e as calças que temos e pronto... já foste.
Ou o vestido florido, de manga 3/4 que tem um estampado tão bonito e que fica giro com sapatilhas, mas ao mesmo tempo tão fofo que um saltinho ia ficar ali. E vai-se a ver e até é uma lufada de ar fresco aos jeans e leggins que andamos a vestir durante o Inverno e dos quais eu já estou farta. Olha e até tem um preço simpático... e já foste de novo.
Adiante... agora é reorganizar-me, passar looonge de montras e lojas, ir pedir para a porta da igreja, molestar-me nos tempos livres e siga. Siga para a frente, certa e segura... e de roupa nova :D
Se há coisa que todos sabemos, inclusivé eu, é a de que não vale a pena perdermos tempo com nada que não nos faça bem ou que não acrescente nada que valha a pena à nossa vida. Todos repetimos isto vezes sem conta. E eu também.
No entanto continuo a ficar magoada quando finalmente percebo que há mais uma pessoa a deixar. Continuo a sofrer (literalmente) com a duvida se falo ou não falo. E depois penso nas saídas e nos convites para as ditas que geralmente eram sempre meus. Nas coisas que já vivemos e que fui sempre eu a tomar a iniciativa, nas vezes em que deixei para lá porque enfim, eram merdices e não valia a pena perder tempo e energia com isso e a amizade era mais importante. E nas coisas às quais encolhi os ombros, ou nas vezes sem conta em que fiz por compreender que as pessoas têm momentos maus (como se eu também não os tivesse) e aí cai a minha resposta: não falar.
Porque não creio que vá valer a pena, e sobretudo, porque não quero voltar ao mesmo: ser eu a convidar, ser eu a falar, ser eu a perguntar...
Quem ler estes ultimos posts pensará que para este lado ando deprimida. Não ando. Ando apenas numa fase nova, vou chegando a estas conclusões, vou arrumando a vida vá.
E o blog serve de caixa de desabafos. Vou ver se desabafo também coisas boas :)
Hoje fui dar uma noticia a uma pessoa da familia mais próxima. Uma noticia muito boa para mim, que me deixou feliz e que marca (mais) uma mudança na minha vida, talvez a mais radical de todas.
A pessoa em questão, tem um feitio particular eu sei, e por isso mesmo não contava com a reacção que eu queria, mas a verdade é que também não contava com aquilo que me esperou. Sinto-me pequena, digna de pena. Inconsequente, incapaz, desesperada... não sei que mais, mas sinto muito mais coisas desta ordem. Fiquei com a sensação de lá ter ido pedir alguma coisa. Pena por exemplo.
Hoje, logo de manhã fiquei sem chão. Fiquei a sentir-me do tamanho de um grão de areia, desmiolada, sei lá
Talvez esteja a dramatizar, sei que a opinião dos outros é isso mesmo: dos outros. Mas estou cansada de baixar a cabeça, deixar para lá, encolher os ombros...
Só queria encolher-me em casa hoje, dormir a ver se o dia passava sem eu dar conta.
Há dias complicados e estes ultimos têm sido um fartote comigo a tentar manter-me à tona.
«O segredo de progredir é começar. O segredo de começar é dividir as tarefas árduas e complicadas em tarefas pequenas e fáceis de executar, e depois começar pela primeira.»
Mark Twain
Recebi esta frase numa das milhentas newsletters do e-mail e fez-me todo o sentido. Eu ando sempre a 'começar e a recomeçar'. Sempre à espera de momentos ideais, de inicios e da melhor altura para começar alguma coisa, quando sei perfeitamente que o momento certo é sempre o aqui e o agora.
Há que saber gerir o que temos, e com o que temos fazer o melhor. O problema é que às vezes as coisas estão um caos que não sabemos por onde começar, e esperamos sempre as condições ideais para isso, quando às vezes elas só vão aparecer quando efectivamente começarmos.
Hoje, esta frase caiu-me na hora certa no e-mail. Era disto que eu precisava mesmo :)