Roupas quase todas lavadas e o quarto e o enxoval a começar a ganhar forma.
Aconselharam-me entretanto a cortar todas as etiquetas das roupinhas da Amorinha... mas, respondam-me entao à pergunta que se segue: ''Como é que eu sei os tamanhos depois?!''
Hoje, ao ler este post (e aqui tenho muito em comum com a autora) não pude deixar de me lembrar de uma pessoa em questão, que sempre que me vê brinda com pérolas que me fazem revirar tanto os olhos, que começo a ter medo que a Amorinha nasça estrábica.
- Não tens peito nenhum... não vais ter leite e depois isso é mau porque o leite da mãe é que alimenta!
Não me contive e respondi: ''Não vou ter leite não... nesta mama há coca-cola e nesta guaraná que isso do leite é para meninos... ainda não incharam muito porque nesta fase ainda não há produção de gás!''
- Engraçado, tu não alargaste nada (alargaste?! lindo!) não vais ter barriga... É sinal que vais ter muito cu!
- Então eu não posso amamentar e mesmo assim ter noção da oferta que há de leite artificial/ suplemento?
- E se eu, por algum motivo tiver (ou quiser, que ainda ninguém manda em mim) que dar leite em pó à Maria Inês quando ela nascer, isso proíbe-me de reconhecer que o materno seria melhor?
Acabei de ver, numa dessas lojas online, um mobile de berço que se chamava: 'Oceano de amor'. E pronto, é assim que se compra coraçãozinho de mãe de primeira viagem não é?! Os sacanas sabem-na toda!
Hoje, aproveitando o feriado, passei a tarde com uma amiga de anos. Daquelas amizades improvaveis que sobreviveram ao passar dos anos e até à distância.
O dia foi por isso bem passado. Passeamos pela baixa da cidade do Porto, comemos um gelado, pusemos conversas e confidências em dia e é claro, aproveitei para mais uma comprinha para o enxoval da Maria Inês :)
No meio da conversa, expliquei-lhe da dificuldade que tenho em cobrar pelo meu trabalho. Quando num dos empregos que mantenho ainda se atrasam no pagamento, toda eu me enervo só de pensar que tenho que ligar a pedir que me paguem. Suores frios, nervos, vontade de chorar, humilhação, raiva... sei lá. É tão violento para mim que confesso que às vezes prefiro nem o fazer e ficar sem receber, o que depois gera alguns desentendimentos cá em casa. O homem, como é óbvio lá me sacode e me obriga a fazer a cobrança que, como é óbvio me é devida e eu não tenho nada que me sentir mal em faze-lo.
É que se depois não o fizer, todos aqueles sentimentos de que falei atrás, passam a frustração, tristeza e levam a uma quebra da auto-estima e à total desvalorização do meu trabalho e consequentemente de mim própria, que só me prejudicam.
Essa minha amiga deu-me um abanão. Ou então não, uma vez que não me disse nada que eu já não soubesse. Que eu deveria valorizar o meu trabalho. E cobrar por ele. Pelo meu tempo, pela minha experiência e por tudo o que eu passei apara aprender a fazer o que faço.
Isto porque ultimamente também me têm aparecido várias pessoas a pedir-me ajuda em coisas da minha área. Problemas que não sabem como resolver, situações em que o mediador não lhes dá a resposta que procuram ou não as informam correctamente. Em todas estas situações, eu tenho ajudado a resolver, mas confesso que me sinto sempre um pouco mal por me prestar a isso, sem receber nada em troca. Muitas vezes nem o reconhecimento do trabalho, uma vez que após o problema resolvido, nem por isso se fidelizam ou se tornam clientes. Sei que tenho que mudar este padrão de comportamento. Porque, para chegar onde cheguei, perdi tempo, estudei, gastei dinheiro em formação, trabalhei durante anos... e para fazer o meu trabalho, uso o meu tempo, a minha disponibilidade, os meus recursos... Gosto do meu trabalho e não seria sincera não assumir que o faço bem. Porque sei que faço. Por isso, não devia mesmo ter problema nenhum em precifica-lo e valoriza-lo. Senão, quem o fará?
Nestes ultimos dias têm surgido alguns receios. Nada a ver com a gravidez, a chegada da Maria Inês ou o parto e essas coisas... tem mesmo a ver com o meu quotidiano e as coisas práticas do dia-a-dia.
Como já comentei por aqui, a minha vida financeira anda a ser alvo de escrutinio e muito rigor da minha parte. Com a gravidez a avançar, mais cedo ou mais tarde terei de deixar alguns trabalhos que não podem ser conciliados com o resto, e com tudo isso o meu vencimento vai sofrer um abate que me preocupa.
Terei despesas que ainda não sei bem quais serão ou como serão e as contas tendem a manter-se, por isso eu confesso que começo um pouco a sofrer por ansiedade. Não que tenha medo de passar fome, da minha bebé passar por necessidades, nada disso... Só que ao fim de algum tempo a tentar levar as coisas a bom porto e a conseguir controlar contas e finanças, tenho medo do descontrolo. De voltar tudo como antes e eu depois ter que passar pelo mesmo de novo.
Eu sei que não devia pensar nisto, que as coisas se resolvem e mimimi. E porque me conhecendo, sei que depressa encontrarei soluções e darei a volta... Também sei que sou uma pessoa afortunada e feliz porque nunca me faltou nada, mesmo para a Maria Inês está tudo encaminhado e ela ainda não nasceu e mal sabe o que já me mostrou: Que só tenho é que sentir o peito inundado de gratidão (embora sinta a barriga inundada de pontapés, mas adiante) porque tenho ao pé de mim as melhores pessoas do mundo. Familia e amigos que se superaram e superam todos os dias. Porque nos mimam e nos enchem de presentes, de abraços e conforto todos os dias a toda a hora...
... que não tem um quartinho de bebé todo fofinho não sou?!
Lembrem-me de proibir a miuda de um dia ver isto... ainda se traumatiza com a mãe pouco romântica que tem.
Optamos por um quarto mais juvenil, com cama já grande e móveis adaptados para quando ela for maior. Enquanto bebé dorme na caminha de grades que colocaremos numa fase inicial no nosso quarto.
Assim, apesar de um quarto juvenil, o quarto da minha amorinha será muito pouco branco e rosa, muito poucas estrelinhas e afins. Mas está carregadinho de amor. No final de contas, deve ser isso que importa :)
Gostava muito de escrever mais posts relacionados com este tema. A sério que sim.
Leio muitas bloggers grávidas também que falam sobre o que sentem, o corpo que mudou, as maleitas e afins... eu confesso que não tenho muito para dizer.
21 semanas e nada de aumento de peso. Nada de enjoos, inchaços ou cãimbras. Não tenho dores de dentes, nem de coisa nenhuma e o meu cabelo nunca esteve tão forte... como me disse no outro dia uma enfermeira: A menina (não fosse a barriga e a bebé ali no ecrã) não sabe o que é estar grávida!
A barriguita já cresceu claro e eu já arranjei um par de calças de grávida que me ficam confortáveis, dado que não consigo usar as minhas habituais. O resto uso tudo como usava antes e o desconforto que sentia já passou. E era causado mais pelo facto de me encontrar no meio termo: barriga e anca demasiado pequena ainda para encher as calças de grávida e ao mesmo tempo já demasiado grande para as calças que usava normalmente.
Posto isto, não estranhem a falta de posts sobre o assunto...
Ela e eu estamos bem e agora vamos preparando as coisas para a chegada dela. É o quarto que vai sendo preparado, o enxoval que vai sendo feito... todas essas coisas que anunciam que ela vem aí.