Infâncias
Chegava a casa às 16h da escola. A minha mãe ia-me buscar a pé e vinhamos todos juntos para casa: Eu, ela, a minha irmã mais nova, a minha amiguinha Tânia, o Mario Lucio - o meu amor na altura, a Marlene, e mais uma data de meninos que moravam na mesma rua que eu.
Ia lanchar, fazer os trabalhos de casa e depois saía para a rua para brincar. Sim, sou uma das poucas pessoas sortudas que podia brincar sem receio na rua. Saltava à corda, andava descalça, brincava às escondidas, ao berlinde, inventavamos jogos, passava horas a correr... no fim, já quase noite, voltava para casa com os joelhos ensanguentados e cheios de cuspe (qual betadine qual quê?! Caíamos, e se nos magoássemos, era sacudir a terra, cuspe e tá a andar! LOL Infecções??!! Pfff...)
Lembro-me de uma vez em que fui ao ortopedista, a enfermeira a dada altura disse: Estes joelhos estão uma lástima! Referia-se às cicatrizes que já tinha, fruto de muitas brincadeiras. O médico sorriu e respondeu: - Teve uma infância feliz de certeza!
E tive mesmo! Não ficava enfiada em casa a jogar computador ou a ver tv.
Aliás, a Tv era mesmo só ao fim da tarde, a hora em que dava a Rua Sésamo!