Como é que se mantém a auto-estima, o optimismo, a força de vontade e a coragem quando a primeira pessoa a espezinhar-nos, a 'deitar p'ra baixo' e a fazer-nos sentir que nem lixo é o nosso próprio pai?!
(acreditem que não estou nada a exagerar. Até estou a ser benevolente acreditem!!)
Nesta segunda-feira, já farta de dar voltas à cabeça, a tentar descortinar uma qualquer solução para os meus problemas e já triste por mais uma conversa (se é que lhe podemos chamar assim!) com ele... dei conta o quão andam desorganizadas as ideias na minha cabeça. E o quanto ela está cansada.
Preciso primeiro de arrumar a casa! No sentido literal to termo. Preciso de organizar as minhas coisas... preciso de arquivar os meus assuntos, de ler os meus livros, arrumar as coisas espalhadas pelos cantos e limpar todo o pó acumulado! Depois é preciso me dar ao luxo de descansar de todo este trabalho. Parar para pensar e arrancar de novo, como se de uma viagem nova se tratasse! Não descurar mais de mim mesma. Afirmar-me mais quando vieres de novo acusar-me ou então ignorar-me como o fazes tantas e tantas vezes! Tornar-me insensível a ti se necessário! E a quaquer outra pessoa ou situação se tiver que ser!
Valorizar mais aquilo que tenho e ir descartando ainda que aos poucos e conforme as circunstâcias mo permitam aquilo que (já) não me interessa ou que me faz mal, ainda que essas mesmas circunstâncias muitas vezes rumem contra! E é aqui que as fraquezas se tornam cada vez mais fortes! Quando os murros que damos não derrubam nem as pedrinhas mais pequenas que vamos encontrando no caminho. Quando os dias se tornam todos iguais, sem perspectivas e vemos a nossa vida a andar em circulos,ou até pior, a terrível sensação com que fico, a de que nem sequer saí do lugar.
Mas em vez de valorizar a falta de resposta à candidatura de emprego, tentarei valorizar o facto de ter metido mãos à obra e ter enviado mais uma! Sei que não vai ser fácil, sei que nem sempre vou conseguir manter-me assim, mas estou disposta a (continuar) a tentar.
No meio de tudo isto, vou parar mais vezes para respirar fundo. Para analisar e pensar e voltar atrás se necessário.
E nos entretantos, virei cá escrever mais posts sobre as minhas fraquezas, sobre as minhas derrotas, sobre os meus estados de desânimo, mas também serão escritos outros tantos sobre a minha vontade de mudar tudo isso!
Um pouco longo, mas as quase 3 horas de filme foram bem justificadas na minha opinião. Quer pelas boas interpretações de Cate Blanchet e do Brad Pitt quer pela abordagem ao tempo, à vida e à morte, numa história tão bem estruturada em que o fantasioso se cruza com o real de uma forma tão perfeita quanto ténue.
Os sentimentos são uma delas. São um desses assuntos. São meus, alguns são segredos, outros que não são partilhados apenas porque ainda não foi encontrado ninguém merecedor de tal. E ainda há mais, há aqueles que não são ditos, porque tenho para mim que ninguém iria entender ou poder ajudar, por isso, não vale a pena sequer a confidência.
Já fui acusada de insensivel, de fria e já perdi muita coisa e muitas pessoas por ser assim. Não entendem que esta minha negação em dar-me não é indiferença, mas sim precaução, mágoa até e também porque me reservo no direito de partilhar o que é meu apenas até o ponto que eu achar necessário e me sentir à vontade para tal.
É-me dificil confiar. É só isso!
Tudo isto para tentar explicar como me sinto. Não só hoje, mas como me tenho vindo a sentir desde há algum tempo.
Estagnada. Sufocada. Triste e desanimada.
Não, não me vou deixar ir (mais) abaixo, tomei algumas decisões e acreditem que tento manter sempre o humor (ainda que irónico e sarcástico) e a disposição para mudar as coisas e tento não pensar (só) nas negatividades dos dias. Acontece que chego ao fim do dia com a sensação de 'dia perdido' em que tudo o que fiz não ME valeu de rigorosamente nada. Não aprendi nada de novo, não fiz nada de novo, não vi ninguém novo!!!
Os dias cada vez mais me parecem iguais e a vontade de virar a mesa e atirar tudo para o ar vai nascendo e crescendo e torando-se cada vez maior e mais firme.
Acontece que por mais que eu procure nos meus dias, não tenho sequer uma mesa para virar. Ou não a vejo.
E aquela vontade toda de mudança, transforma-se em revolta, e eu sinto-me cada vez mais miseravelmente impotente, face até à minha própria vida.
Porque coisas tão básicas como: encontrar um emprego novo ou tirar uns dias para cuidar da minha saúde, me são tão impossíveis como a maior das impossibilidades.
E é daqui que vem a minha tristeza, a minha fraqueza (fisica) e a minha revolta.
Porque estes são os sentimentos que eu hoje e só aqui, sem medo admito. São aqueles que me têm pairado na mente e aqueles que eu tento a todo o custo negar a mim própria.
E agora, o mais certo seria conversar. Pedir ajuda e explicar o que se passa. E é aqui que reside o meu problema: a minha dificuldade em confiar. O meu medo!
O medo de ser minimizada com um: 'Ah, não ligues a nada disso!' ou 'Não te faças de vitima!' ou ainda 'Mas o que é que tu queres? Há gente bem pior que tu!'
Medo de acabar a sentir-me ainda pior!
E é por isso que só aqui, desabafei hoje, neste post longo! Na esperança que alguém cá passasse e entendesse o que eu acho e sinto que ninguém entende!
Já completei todos os exames médicos passados pela sôtora. Agora sei que além de gripe, também tenho anemia e uma hérnia!! (Daí aquele cansaço todo, as dores e as más disposições... tudo explicado!) Sou uma pessoa afortunada portanto! Tenho muitas coisas!
Passando à frente e falando de coisas bem mais alegres, por exemplo, o meu vencimento. Ou então não! Não, deixem lá... prefiro as hérnias!
Pior que tudo, é que não posso meter baixa por causa dos malditos recibos verdes, o patrão reclama se eu faltar, e depois a sua má disposição, as trombas enormes do espécime, e todo o trabalho acumulado... não sei se compensaria uns dias em casa! Tenho para mim, muito sinceramente que não!
Retomei (again) as idas à natação*. A ver de agora é de vez e eu lhe acerto a regularidade.
Encomendei um livro novo para mim mesma. E enquanto não chega, preparei um para ler que ando a adiar há imenso tempo.
Comprei 2 bilhetes para os 'Deolinda', planeei o jantar antes do concerto.
Enviei mais cv's e respondi a mais ofertas de emprego (pray for me, please!).
Tudo isto porque eu estou cansada de me ter em ultimo. Porque eu mereço, porque eu quero e já aqui o disse.
E porque eu não sou de lamentações, decidi procurar eu mesma aquilo que preciso para me sentir melhor.
*preferia ginásio, uma vez nadar não propriamente comigo, mas a entrada na psicina é grátis e tal, e com a merda que me pagam, sempre dá para o gasto! :D