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Por cá...

Por cá...

RIP

Eles são chamados de burros. Um bando de ''comedores''. Que andam aí aos tinónis sem motivo nenhum... E aceleram por essa estrada fora, pondo em risco a vida dos demais, apenas para brincar às ambulâncias. E são vaiados nas ruas. E agredidos muitas vezes... e tratados como gente inferior. Já ouvi quem lhes chamasse ''gente com muito tempo livre''.

Um colega saiu do trabalho e foi directo ao quartel. De madrugada chamaram para acudir a uma pessoa vitima de uma intoxicação. Não se sabia o que tinha tomado e era urgente chegar ao hospital para se fazer o diagnóstico. Podia ser grave.

Saiu apressado a meio da noite depois de 10h de trabalho com mais 3 colegas. Semáforos. Uma viatura que se apresentou no mesmo cruzamente à mesma hora. Colidiram. Ambas as viauras ficaram desfeitas... Todos receberam tratamento hospitalar. O F. tem vários pontos no rosto. O L ficou com as pernas negras e o Z, o condutor não conseguia falar.

No dia seguinte a culpa não era do BMW que se apresentou pela esquerda, desrespeitando a viatura prioritaria. A culpa era da ambulância que andava a brincar na estrada. Era dos bombeiros andam sempre a exagerar... DE CERTEZA que a situação nem era grave. E, apenas numa manhã ouvi 257 teorias diferentes sobre o acidente. Gente que jurava de pés juntos  que havia assistido a tudo.

Ninguém pensou que, sei lá, aqueles 3 homens puseram a própria vida em risco para ajudar alguém que nem sequer conheciam. Pormenores!

Nos incêndios da semana passada, soube que o chefe R esteve 3 dias sem dormir. Chegou exausto depois de 3 dias de combate a incêndios. Mal falava. E como ele existiam mais homens na mesma situação. Homens com esposa e filhos em casa.

E agora? Não há palmas nem menções honrosas... nem posts para heróis por esta blogosfera fora. Não há palavras de conforto nem de carinho...  

 

Um Bombeiro é o vizinho do lado, um homem com a memória de um rapazinho.
Nunca superou a excitação dos motores, das sirenes e do perigo.
É um tipo como eu e tu, com verrugas, preocupações e sonhos não realizados.
No entanto, está mais alto do que a maior parte de nós.

Ele é Bombeiro!

Põe tudo no limite quando a sirene toca.
Um Bombeiro é, ao mesmo tempo, o mais afortunado e o menos afortunado dos homens.
É um homem que salva vidas porque já viu demasiadas mortes.
É um homem amável porque viu o poder imponente da violência fora de controlo.
Ele é sensível ao riso de uma criança porque os seus braços já seguraram demasiados corpos pequenos que nunca mais rirão.
É um homem que aprecia os prazeres simples da vida, café quente seguro por dedos inflexíveis e dormentes, uma cama quente para descansar o corpo exausto, a camaradagem de homens valentes, a paz divina e o serviço desinteressado de um trabalho bem feito em nome de todos os homens.
Ele não acena bandeiras nem grita obscenidades.
Quando marcha, fá-lo em honra de um camarada falecido.
Ele não prega a fraternidade do homem...


ELE VIVE-A !

Secaram

E depois do almoço, um hamburguer engolido à pressa, e sem o habitual café, desci as escadas a pensar no que ia dizer. Tinha vindo toda a viagem de carro esta manhã a pensar e a ensaiar todas as palavras, todos os gestos e expressões que queria exprimir. Enfiei o livro e a carteira na mala e entrei no carro.

E comecei a dizer, a falar e a gesticular. Falei dos meus medos, mostrei a mágoa e a indignação. A raiva e o cansaço, o desamor e a fragilidade toda que sentia...

E no fim, acabei surpreendida comigo mesma e com o facto de não ter brotado uma unica lágrima no meio disto tudo.

Acho que as esgotaste.

 

 

Livre Arbitrio

E depois voltas sempre, com pedidos de desculpa na boca, de braços abertos e mãos vazias. E eu cansei-me. Cansei-me mesmo.

Tu escolhes, tens esse poder. Escolhes as coisas que queres, a vida que queres, as pessoas que queres... até quem queres ser e como queres ser tu podes escolher.

Mas eu não tenho que levar com as tuas opções erradas. Não tenho que suportar os teus erros...

 

Gritava agora se pudesse...

É nestas alturas em que eu não me importava de trabalhar noutra coisa qualquer.

Estou farta de ver papeis, de atender telefones a gente chata que acha que eu devo saber apólices e matrículas de cor. Gente que vai de férias descansada e que nos deixa aqui a resolver problemas que deixaram pendentes, como se fosse nossa obrigação levar com a irresponsabilidade deles. Gente que se queixa de 5 em 5 minutos ao telefone ou pessoalmente que o recibo este ano aumentou (2.98€) e blá blá blá... epá, oh gente, tratem-se, a sério. Ou então suicidem-se de uma vez... que por mim tanto me faz. Desde que seja longe daqui...

E cansada de estar sozinha, fechada num  escritório com a rádio ligada que toca mais publicidade que musica.

 

*

O problema deve ser meu. Eu que acho que não há impossiveis que não possamos transpor. Que temos o dom de sermos o que quisermos. Que tenho a mania de achar que ao invés de nos compararmos com os outros, nos devemos comparar com o melhor que pudermos ser. Eu que penso sempre que se temos a capacidade de enxergar os nossos defeitos e erros, é tão só para que possamos entende-los e muda-los...

Mas isso devo ser eu... que tenho sempre a mania...

E eles 'voltarem'...

''Voltem'' sempre, todos os Verões... Eles!

 

 

E é lindo vê-los a palrar francês manhoso, porque, ''anfim, estam lá ná Frrance há muntes anes e já nem ssálembram come se fala cá'', mas depois enfiam-se na feira de Espinho e compram t-shirts e bonés com as cores da bandeira nacional, com a palavra 'PORTUGAL' bem em destaque, porque ''apesar de tude, termos munte orugulhe em serr perrtugueses''.

 

Que os pariu a todos...

 

 

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