E hoje, que acordo um tiquinho mais bem disposta e começo a acreditar que tudo não passa de stress acumulado e que vai passar no fim de semana [que se avizinhava muito bom], recebo a notícia de que um amigo meu está em coma induzido em Barcelona.
Oh Murphy, Murphy, se fosses mas é pó... isso, aí mesmo!
E depois andamos numa tentativa de aliviar a neura e vamos navegando por esta blogosfera fora e deparamo-nos com aquelas alminhas que têm vidas perfeitas, mas tão perfeitas que metem inveja à cinderela [depois de ter casado com o principe, claro].
Têm o melhor marido/ namorado e os melhores filhos do mundo. No emprego tudo sorri, e mesmo quando não têm emprego isso é só um mal menor [ou deve ser, porque há de tudo, desde compras atrás de compras apregoadas a fins de semana em retiros e coiso]. Estão sempre de bem com a vida e tudo são rosas [ou margaridas vá, que não têm espinhos] e os passarinhos cantam e tudo e tudo e tudo.
Ora que bom! Eu fico um bocadinho invejosa. Pronto, confessei.
Mas no meio disto tudo há uma coisa que eu não entendo: se as vidas são assim tão perfeitas, o que fazem em frente ao pc a postarem 325 posts/dia? Humm?
Se o marido/namorado e filho/filha ou cão/gato ou periquito são assim tão perfeitos, porque é que perdem tempo a apregoar isso de hora em hora em posts ou no facebook em vez de estarem juntos dessas pessoas maravilhosas a desfrutar dessa vida maravilhosa? Hummm?
Ou então digam-me o que é que fumam que eu também quero!
A sério, uma coisa qualquer que me ajude a acalmar.
Yoga não que é caro pa burro aqui na minha zona. Também não valem regras de meditação em casa, porque eu chego a casa e tenho as lides para fazer, mais os gatos e os cães em volta de mim e depois não tenho tempo. Ás vezes sento-me quietinha numa tentativa de relaxar e passados 2 segundos estou a pensar nas coisas que poderia estar a fazer em vez de estar ali, a olhar para nenhures. Medicamentos também não quero. A valeriana não me faz efeito e os outros dão-me sono e eu não quero dormir, quero é acalmar e relaxar.
Esta semana está a ser de doidos e eu ando completamente acelarada. E isso nota-se na minha postura. Subo o tom de voz e começo a falar muito rápido, como se estivesse a ralhar. E depois apercebo-me e acabo a pedir desculpa [por uma coisa que eu não fiz, porque eu de facto estava a falar e não a ralhar], ou é a pessoa a quem me dirijo que acaba por me chamar a atenção. E eu fico envergonhada e sem saber o que fazer.
E depois ando muito pouco paciente. E acabo por perder a razão. Ainda à pouco num telefonema disseram-me algo que não fazia sentido nenhum [e eu sei que não faz] e a meio daquela explicação já eu bufava e interrompia a dizer de minha justiça. E eu sei que deveria ter mantido a calma, escutado e depois expunha o meu ponto de vista, mas não consegui. É que não consegui mesmo.
E eu faço-o inconscientemente.
Pior é o meu sentido de humor que fica cáustico e as piadas e tiradas cheias de sarcasmo começam a aflorar. E o colega ri-se em vez de me ajudar e eu fico ainda mais nervosa, porque não me levam a sério. E isto tudo em circulo vicioso.
Hoje acordei bem disposta, arranjei-me nas calmas para vir trabalhar, planeei mentalmente o meu dia enquanto tomava o pequeno-almoço sentadinha na cozinha e vim trabalhar.
Despachei uma data de assuntos pela manhã até o cliente ligar.
E pronto, descambou logo aí. Porque o sr. além de ser mal educado, queria que eu ''desse um jeito'' ao participar um sinistro que não estaria garantido pela apólice, de forma a que fosse ressarcido do seu prejuízo. Ora, como o Sr. já é conhecido por estes ''jeitinhos'' que vai dando (só nos meses de Julho/ Agosto participou 3 sinistros) respondi que não o faria [não o faria de qualquer forma, mas adiante]. Além de furioso [esta semana já me tinha desligado o telefone na cara depois de proferir uma data de asneiras] e do banzé que armou ao telefone, pediu para falar com o Boss. Passei o telefone e qual não é o meu espanto quando o patrão me conta tudo o que o fulano contou sobre mim.
Felizmente o patrão sabe da situação e conhece o meu trabalho, caso contrário não sei o que seria.
Conversámos e ele lá me descansou.
Ao fim da manhã, já quase a chegar a hora de almoço aparece cá outro senhor.
Um sr a quem eu tinha atendido esta semana e que trabalha no duro num negócio por conta própria e depois ainda se entretém ''lá na hortinha!'' como faz questão de dizer contente.
''Olhe menina queria agradecer-lhe a simpatia e trouxe-lhe umas coisinhas lá da terra!''
Entre um molho de espinafres caseiros, umas limas e gindungo para preparar, havia de tudo. Bem caseiro e bem fresquinho e eu já imagino uma sopinha de espinafres daquelas... nhami!!
Época das chuvas e do cabelo destruido. Época dos pés frios e dos espirros.
Das constipações, da febre e do ben-u-ron. Época de ficar em casa porque está frio e a chover. Época em que não se gasta dinheiro em caipirinhas nem em gelados, mas em contrapartida gasta-se em 24 guarda-chuvas por semana [porque entretanto ficam destruidos].
De entre as várias resoluções que tomei para mim durante os ultimos dias das de férias, uma delas passa pelo regresso ao exercício fisico.
Porque me faz sentir bem, porque alivia a neura e porque me ajuda a esvaziar um pouco a mente por entre pulos e suores e musica e saltos.
Ora, aproveitando a companhia da mana, lá iamos nós quando nos deparamos com o novo projecto da escola primária onde são dadas as aulas de aeróbica: uma hortinha feita pelos miudos.
Achei a ideia girissima. Eu e praticamente toda a gente.
Quando chegamos a casa estava o meu sobrinho em frente ao pc quando lhe contamos:
- sabes que fizeram uma hortinha na tua antiga escola?
Olhou para nós com ar de ''oi? E isso acrescenta o quê ao meu dia?' e respondeu:
- Pois, lá também só andam nabos!
Mãe: Estás a falar dos antigos alunos não é?
Ele: Mãezinha, mãezinha, tu um dia vais ser velhinha e sou eu que te vou escolher o lar!