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Por cá...

Por cá...

''Estás por tua conta!''

Lembro-me de quando a minha mãe faleceu, a casa encheu-se de familiares e amigos. Alguns que até então eu não conhecia. Abraços, beijos e promessas de que ia tudo ficar bem. Eles estavam ali para mim e para tudo o que eu precisasse. Sempre (nunca antes eu tinha ouvido tanto esta palavra)!

Muitos [quase todos] me diziam que sempre que eu precisasse podia contar com eles. Iam estar ali para me ajudar. Sempre, mais uma vez!

 

E depois lembro-me do meu pai me dizer: ''Não contes com ninguém nunca. Conta sempre apenas contigo, pede ajuda quando precisares, mas lembra-te, que estamos todos por nossa conta!''

 - Na altura achei que isto vinha do seu mau feitio (tão igual ao meu), mas hoje vejo que ele tem uma ponta de razão. Obviamente que tenho amigos que me ajudaram, familiares que estiveram sempre lá, que me protegeram e apoiaram... E reparo que aquelas pessoas todas, que estiveram ali naquele dia, se foram. Na realidade, tirando aqueles abraços naquele dia [que não deixaram de ser reconfortantes], nunca estiveram de facto lá.

E é por isso que sempre que eu quero alguma coisa, me lembro daquele dia em que ele me disse isso: ''conta sempre, apenas contigo!'' E aplico-o sempre na minha vida, em tudo. Posso dizer que sou feliz assim e que de cada vez que alguém aparece para me suportar e apoiar, agradeço e vejo isso como uma dádiva... como se tivesse ainda mais valor. Quando quis comprar o meu carro, trabalhei afincadamente para o conseguir. É humilde, barato e tem alguns aninhos, mas bolas, é meu e sabe-me tão bem olhar para ele e ver ali uma pequena glória minha. E a isso junto muitas outras coisas. Mesmo depois de ter namorado e de ter encontrado o P., nunca me acomodei. Nunca esperei que fosse ele a acabar com a rotina que 5 anos de namoro acarreta, nunca esperei que fosse ele que me convidasse para ir ao cinema, nunca esperei que fosse ele que me desse aquela força para abraçar aquele projecto novo com que eu ia sonhando...

E de cada vez que ele o faz, agradeço-lhe muito é claro. E dá trabalho, pois claro que dá. E ás vezes a vontade que dá é baixar os braços e pensar que se houvesse quem nos estendesse a mão e quem lutasse um bocadinho por nós, a vida seria muito mais fácil. Mas não teria, definitivamente, o mesmo sabor.

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