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Neste momento da minha vida encontro-me envolvida sem querer num turbilhão de problemas, tão feios e cabeludos que quando eu os conto a alguém fico com a sensação de que a pessoa do outro lado acha que metade é uma inverdade, que não pode ser tão mau e que estou decerto a exagerar. Tão mau que quando me dizem ‘’ao menos tens saúde, se fosse doença seria pior!’’ eu calo-me e sem querer na minha mente surge imediatamente a questão ‘’será?’’.
É horrível vivermos sem saber o dia de amanhã, afundados na impotência, no medo e no desespero, ao mesmo tempo em que tentamos a todo o custo manter a raiva afastada de forma a não ficarmos envenenados pela mesma, enquanto que o sangue pulsa nas veias a lembrar-nos que somos humanos e a raiva é só o sentimento normal de quem foi posto nesta situação sem querer. E sobretudo sem merecer.
Há alturas, como a deste preciso momento em que só tenho medo e frio. Em que duvido da minha sanidade mental e para ter a certeza que ainda cá estou me ponho a escrever. Na esperança que à medida que vou descarregando estas (meias)palavras aqui no blog, descarregue também os fardos que carrego. O problema é que ao fim destas linhas, não me sinto em nada mais leve. E a minha auto-censura, o medo e a humilhação não me deixam ser mais clara.
Queria acabar o post com um ‘’Resta-me qualquercoisa…’’ mas a verdade é que não me resta nada. Não me resta mais nada do que ir acordando de manhã sem saber o que vai acontecer ao longo do dia, e deitar à noite, agradecendo porque ao menos hoje, as coisas não pioraram.