...
No meio de tanto emprego, trabalhos, rotinas, compromissos e etc. e coiso, há sempre alguma coisa que vai ficando para trás. É inevitável. E eu, sem poderes mágicos de omnipresença ou omnipotência, não sou excepção e falho. Falho no compromisso com A porque as horas do dia não chegaram para tudo. Falho 10 minutos no ponto B porque de onde saí houve mais a fazer do que se esperava, e às vezes o C fica mesmo relegado para 2º plano. Há coisas em 3º plano e outras em que nem sequer me lembro. Verdade!
O meu maior desafio no meio disto tudo é gerir a frustração e evitar a desculpabilização constante. Começa a ser comum encontrar-me a dizer coisas como: ''Desculpa, no meio de tanta coisa não pude...''; ''Hoje não deu porque tive muito trabalho.''; ''Não pude atender porque estava ocupada...'' e eu não estou a gostar muito disto.
Não que não seja verdade, mas não quero tornar-me nisto. E começo a sentir-me uma irresponsável, desorganizada e incompetente.
Hoje estou na merda, desculpem lá o termo. Porque das coisas todas que tinha para fazer, houve 2 pessoas com quem falhei. Uma a quem não consegui dar uma resposta e a outra porque não consegui ir ter com ela como tinha combinado.
E desenganem-se se pensam que as pessoas compreendem.
O meu telefone toca e ainda que eu devolva as chamadas mal possa, a cobrança do ''nunca atendes quando precisamos de falar contigo'' é ainda anterior ao eu dizer 'Estou sim' deste lado da linha.
Os amigos começam a afastar-se porque eu não tenho tempo - e sim, eles sabem que eu ando neste lufa-lufa - mas quem os pode censurar?
E eu chego ao fim do dia, sempre com alguma coisa que ficou pendente. Porque eu não pude.