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Ganhamos o Euro 2016, a Eurovisão, provas de atletismo, prémios de turismo e mais um par de botas... Acredito com todo o sangue que me corre nas veias que somos mesmo o melhor país do mundo. Mas começo a ter medo do dia em que desacreditarei disto tudo. E mais ainda... a cada dia que passa, a cada novo incêndio ou reacendimento eu sinto esse dia mais próximo.
Quando aconteceu a tragédia de Pedrogão, ingenuamente acreditei que desta vez pelo menos as coisas fossem diferentes.
Mas o país continua a deixar-se arder, enquanto se contam mortos como quem conta carneiros para dormir, enquanto forças políticas usam a desgraça das vidas que se perderam para pedir cabeças a rolar, enquanto culpas morrem solteiras, enquanto outras vidas estão penduradas, no meio dos incêndios que continuam a levar tudo.
O pior é a normalidade da situação... e é essa normalidade precisamente que mais me entristece.