Balanço sobre mim
Dei por mim a pensar sobre mim. Devido a situações que têm surgido no meu trabalho e reparei no poder que têm as palavras! Pensei no seu efeito sobre mim. E concluí que sem dar conta me fui construindo com base em palavras que ouvi. Se foram certas ou erradas no momento errado ou certo, isso já não interessa... Sei que tiveram um efeito em mim e agora eu sou o espelho daquilo que aprendi com elas!
Quem me conhece bem (e só quem de facto me conhece mesmo bem) é que sabe algo mais sobre mim! Porque quem me conhece apenas nos 'minimamentes' pouco ou nada de relevante sabe a meu respeito! Não desabafo, não conto, não partilho! Sou de conversa fácil, sou de riso mais fácil ainda, mas não sou de desabafos!
Uma vez, chorava eu desesperadamente, e entre soluços iam brotando mágoas, desesperos, injustiças... quando ouvi: 'Não te faças de vítima!' Engoli tudo de novo! Não chorei mais! E como nunca mais ninguém soube nada do que se passava na mente da criança que tinha perdido a mamã à pouco tempo, levaram-me à psicóloga! Confiava naquela mulher como em mais ninguém! Partilhava tudo com ela. Segredos, mágoas, objectivos, paixões... até ao dia em que ela me disse que precisava de falar com o meu pai. E quando ele chegou a casa sabia de tudo!
E mesmo acreditando que ela não o tenha feito intencionalmente, ou melhor, acreditando que a intenção não seria de todo má ou perversa, mas sim a de ajudar, mesmo assim, nunca mais lá voltei...
Fui aprendendo a contar apenas comigo. A confiar apenas em mim! Aprendi a controlar as situações e a não deixar-me controlar por elas... Planeio tudo, não deixando escapar nada. Exigindo sempre tudo de mim mesma! Acreditando no que 'é' e descartando o que á partida 'poderá não ser'. Poderão dizer que deveria ser mais inconsequente. Que as melhores coisas perdemos por medo de perder... e eu acredito.
Sou de extremos. As cores para mim dividem-se em preto e em branco! Ou se está contente ou triste... o equilibrio é igual a zero. Representa para mim a estagnação! Não acredito no 'assim-assim' e nem no 'quase'!
Uns chamam-lhe arrogância, outros carisma, personalidade forte, força... eu cada vez mais acredito que é cobardia!