Relativa amizade
Como é que dizemos a alguém que não somos descartáveis? Como é que cobramos a promessa de alguém que nos prometeu que as coisas nunca iriam mudar, que iria estar sempre ali e que iria sempre olhar para nós da mesma forma e que exactamente por isso o medo que sentiamos não fazia sentido algum?! Como se amizade fosse algo pontual que nasce apenas quando dá jeito ou que se pode apagar assim que as coisas se complicam!
Mandamos pura e simplesmente o fulano à fava e não pensamos mais nisso?! Mas e eu? Aceito de bom grado que a minha amizade (que eu dei com muita sinceridade, e olhem que eu não sou doce... isto não é para qualquer um!) possa ter sido tão banal para terceiros?! A desculpa já se avizinha acompanhada de arfares e correrias: 'Ando cheio de trabalho!'
É suposto eu aceitar? Não! Porque eu também trabalho, também tenho a minha vida e sempre tive tempo para lhe atender os telefonemas, para lhe ligar, para lhe mandar um mail e para lhe aturar os humores (bons ou maus)! E é por isso que eu não aceito um fim só porque sim... Mereço muito mais! Gosto de reciprocidade. Exijo-a! Mereço-a!
É pedir muito?
Pois, eu também acho que não!