O desânimo fica para depois...
Sábado de manhã acordo sempre a custo (para falar a verdade, acordo a custo todos os dias mas pronto...) venho trabalhar sempre a pensar: 'Vá lá Angela, é só mais uma manhã e depois estás de fim de semana. Vá lá, vá lá, vá lá, o desânimo fica para depois...'
E eu sei que é esta manhã que custa sempre mais a passar, mas eu tenho que trabalhar e atender clientes, o desânimo tem que ficar mesmo para depois. Mesmo sabendo que os Sábados são os meus dias mais cansativos. Aos Sábados tenho sempre quinhentas coisas para fazer e nem por isso o dia tem mais horas que as normais 24. E eu chego ao fim do dia de rastos, mas sem tempo para me entregar ao cansaço porque tenho o jantar com o P. (temos tão pouco tempo durante a semana que saímos sempre ao Sábado para jantar.) o cafézinho a seguir... e há que estar minimamente bem disposta. O cansaço e o desânimo ficam então para depois.
Os dias têm estado cinzentos e eu em dias assim fico igual: cinzenta! Talvez seja o frio que me faça sentir assim. Encostei os livros e parei de ler. O trabalho está a tornar-se chato e até as pessoas de quem gosto estão a tornar-se menos suportáveis. A vontade em isolar-me cresce a cada dia que passa e eu já cansada de lutar contra, começo a ceder. Começo a acreditar que estar só um pouco isolada seria até bom e os planos e o entusiasmo do fim de semana desvanecem-se. Este fim de semana queria apenas enfiar-me debaixo de lençóis e cobertores. Beber bebidas quentes, ficar sozinha com a tv e esquecer relógios e telefones.
Mas depois penso que isso seria desistir. E como eu nem sou assim, vou ver se contrario o boletim meteorológico, vou ver se me esqueço da tv e vou pôr o meu melhor relógio para ver se aproveito os minutinhos todos. E vou ver se ponho um sorrisinho também, nem que seja pequenino... E deixo o desânimo para depois!