Pois que o famigerado teste final até que correu benzinho… saí de lá bem mais leve, com a sensação de missão cumprida e segui o meu rumo.
Ainda havia muita coisa para fazer e muito assunto para tratar, e acho que não vou esquecer tão cedo o meu desespero e aquela conversa ao telefone no meio do metro do Marquês.
As coisas entretanto também já acalmaram mais um pouco e a ajuda que me era tão precisa acabou por aparecer, ainda que vinda de outro lado. Curiosamente [ou não], mais uma vez veio do lado mais desinteressado e por onde os laços de sangue não passam. Veio daqueles que só estão porque querem e não porque assim ditam as normas e as convenções ou a genética. A esses, estou imensamente grata. Guardo-os no coração e espero recuperar forças para aquele abraço tão apertado quanto o aperto que me tiraram do peito.
Os dias vão correndo ligeiros, a confiança e a esperança vão aumentando, as coisas vão sendo relativizadas e o ar começa a ficar mais leve. Sei que ainda me esperam turbilhões, sei que muito provavelmente ainda virei aqui escrever que tudo é uma porcaria, que as coisas não correm nada bem e que muitas lágrimas por causa disto ainda vão rolar, mas faz parte. E eu estou cá para as aceitar, e para depois de me permitir cair, como na semana passada, me levantar de novo, arrumar as ideias e o coração e encher-me de força para dar mais uns passos, até chegar ao fim. E eu vou chegar lá.
Confesso que estes dias de sol e calor, e a praia ao fundo da rua, também ajudam muito a levar as coisas com outro mood :)
Ontem, saí do trabalho, pedi ao Universo que me guiasse e iluminasse o caminho (isto em situações de despespero a gente precisa é de luz e orientação) e segui com o carro até encontrar estacionamento perto do destinho a que me tinha proposto.
Só me resta bater às portas de quem me pode ajudar se quiser. Corri até o encontrar e abri o meu coração... as lágrimas jorraram e agora só me resta que do outro lado chegue a boa vontade e a ajuda que neste momento me faz tanta falta.
Entretanto, de regresso passei por uma loja em que davam o que precisassemos. Sorri e assim fiz :)
Agora façamos figas, acreditemos e venham as boas notícias que já é tempo de chegarem também:
Em relação à tempestade que me assolou, parece que aos poucos as coisas estão a compor-se!
A poeira começa a assentar; a cabeça a abrandar e a relativizar um pouco as coisas e as boas notícias começam a aparecer. Ainda que muito devagarinho e com muita timidez.
Não vou dizer que vou arregaçar as mangas porque isso eu já fiz à algum tempo e ainda não tive tempo de as pôr p’ra baixo, por isso resta-me só continuar este caminho… agora mais aberto e claro, ainda que igualmente difícil e moroso. Mas eu chego lá… e vou fazer por ser o mais rápido e ligeiro possível.
Cheguei lá e lembrei-me que devia ter ido de ténis ou de botas (caramba, nem parece que leio blogs fashionistas)… e o meu humor oscilava entre a alegria histérica e o ‘’quero ir embora’’ (bipolar eu sei), até que numa ida ao wc a menina do staff me explica que os meus bilhetes são VIP! ‘’Pois são, por isso é que tive que andar até cá acima e entrar por uma porta diferente.’’
‘’Mas oh menina, os bilhetes vip não são só para entrar por uma porta diferente… tem que os trocar por uma pulseira para ter acesso à zona VIP e a todas as áreas do palco do mundo!’’
Ah… então era isso!
Eu sou do povo, não estou habituada a estas coisas. E depois parece que todas as áreas não incluía o camarim do Robbie! Uns enganadores é o que é!
Ora, como fui à VIP, aquilo deu para enfardar acepipes como se não houvesse amanhã (epá, os ricos quando saem comem bem). E depois aproveitei a vista privilegiada para o palco para digerir aquilo tudo enquanto abanava o esqueleto – rebolava o esqueleto será talvez o termo mais correcto, mas adiante.
E pronto, para quem não ia a lado nenhum até sexta-feira de manhã, a coisa até correu muito bem.
Cá fora andei atrás do sapo para tirar uma ‘’selfe’’ mas o batráquio andava concorrido. Não deu (ficas a dever-me esta, oh sapito!). Lá dentro da área vip estavam os famosos todos… nunca vi tanta gente da tv junta ao mesmo tempo e no mesmo espaço. A Popota também lá estava. E a Teresa Guilherme.
Com sorte ainda apareço de esguelha no fama show! Se virem uma tipa de cabelo desgrenhado e calças às flores agarrada aos pratos de leitão, sou eu!!
Ainda à 3 dias estava eu de papo para o ar a gozar a praia da Granja e hoje, estou aqui de meias por fora das calças do pijama, depois de ter posto as botas molhadas a secar na marquise!
Em pleno mês de Maio.
A um mês do Verão.
Vou buscar os kleenex e o anti-depressivo para o resto do serão!
Há dias em que é muito difícil manter a confiança e o positivismo.
Principalmente quando tudo parece conspirar contra, quando já nos viramos para todos os lados, experimentamos todas as hipóteses e mesmo assim tudo só resulta em mais uma queda por terra. Mais uma decepção (se bem que mais uma no meio de tantas, já nem devia fazer diferença), custa manter os braços para cima e o sorriso no rosto. Embora eu tente sempre, e todos os dias repita para mim mesma que isto vai passar e que eu vou conseguir.
Mas hoje estou triste.
Mesmo triste… mais do que preocupada ou desesperada como já estive, estou triste.
Este sentimento de impotência dói. Dói o sentir-me incapaz, o sentir-me insuficiente… e depois dói também a incompreensão, a dor do outro que inevitavelmente tomo um pouco como minha e o isolamento que daí advém.
Este fim de semana, numa qualquer revista li uma entrevista à Rita Pereira em que um dos temas focados era a adaptação do livro 'Sei lá' da Margarida Rebelo Pinto ao cinema. Entre as respostas e as perguntas, muitas deles a soar a 'cliché mais cliché não há' há a famigerada e invitavel pergunta: ''Leu o livro?''