(Des)considerações
Ontem, após tentar falar com uma das entidades para as quais trabalho, numa tentativa de saber quando vou receber o que me é devido [visto já estarmos quase no fim da primeira semana do mês e nada na conta], recebo uma sms a dizer que esta se encontrava fora do país.
O valor não é elevado, mas confesso que toda eu fervi.
Porque já não é a primeira vez. Porque o valor que para eles é insignificante, para mim é necessário, caso contrário não passaria os meus fins de semana a trabalhar.
Neste momento estou com um orçamento apertado e rigoroso, contas feitas ao cêntimo e alguns objectivos que serão necessários cumprir, por isso, todo e qualquer valor me entra em contas. Se aquele valor não me é creditado dentro do tempo previsto, há contas e coisas que ficam por fazer/ pagar. E isso frustra-me de sobremaneira.
Não é justo e ontem mais uma vez deixei-me abater e inundar-me de duvidas. Trabalhar tanto para quê? Fazer sacrificios, poupanças, privar-me tanto afinal para quê? Para chegarmos à altura em que precisamos de ver os frutos colhidos e não valer de nada...
Porque isto tem acontecido sistematicamente e todos os meses eu tenho que ter o cuidado de ligar ou perguntar pelo pagamento, fazendo-me sentir uma chata, mendiga, pedinte... quando a mim nunca me ligaram a saber se eu ia aparecer ao trabalho à hora estipulada... e era bonito que no próximo dia eu pura e simplesmente não aparecesse... ah e tal, estou de férias!
Sei que não o vou fazer e sei que estas duvidas todas vão ficar por aqui, porque eu não desisto, nem isso me passa pela cabeça, mas fogo, cansa tanto...
Farta de viver em esforço constante e ver objectivos falhados por causa da desconsideração de terceiros.