Enquanto houver estrada para andar
Eu não quero, de todo que este blog se torne (apenas) um muro de lamentações, mas infelizmente isto acaba por acontecer de forma alheia à minha vontade. Porque este canto me serve mesmo é para desabafos e para deixar sair aquilo que no dia a dia vamos guardando e abafando no meio das rotinas e dos 'está tudo bem, obrigado' que vamos respondendo a quem se cruza...
Na passada segunda-feira deixei-me literalmente ir abaixo. Por estar farta e por não ver, apesar de todos os sacrificios, um fim para esta alhada em que me meti para ajudar alguém que afinal tinha mais apoio e ajuda do que eu e que de gratidão sabe muito pouco.
Porque, quando eu acho que finalmente a maré começa a baixar, eis que se levanta uma tempestade qualquer e aparecem novos problemas. Mais uma carta no correio. Mais um telefonema, mais qualquer coisa que me relembra que não, ainda não posso baixar ou descansar sequer os braços.
Na segunda-feira uma amiga e eu tínhamos combinado um cinema. Coisa simples que à segunda-feira até é mais barato. Na loucura jantavamos no centro comercial uma porcaria qualquer, punhamos a conversa em dia e quebravamos a rotina... mas não pude. Tive que refazer orçamentos, contas e optei por desmarcar. Nos entretantos cai-me mais um problema em braços e eu percebo que esta cedência que acabei de fazer, apesar de acreditar que será temporária e que em breve vou poder ir com a minha amiga ao cinema quando quiser, não será em tão curto espaço de tempo. Que afinal, os três anos volvidos de luta e batalhas e esforços e sacrificios não foram (ainda) suficientes... senti um cansaço e uma frustração enormes invadir-me. Quebrei.
Perguntei-me milhentas vezes o que estava a fazer de errado, refiz os meus gastos e contas dos ultimos meses e não sei. Não sei mesmo...
Sei que, enquanto houver estrada para andar, eu não vou parar... mas às vezes custa tanto. Os ventos e mares às vezes são tão violentos...