Vida
Ia lendo este post quando se esboçou em mim um sorriso triste de concordância. É verdade, somos tão fragéis e a vida é tão incerta que nem conseguimos saber sequer se a metade do dia de hoje nos estará ainda reservada.
Há muitos anos atrás, foi para a minha mãe que não esteve. Saiu sorridente de casa, a prometer que de tarde iriamos à praia e que só iria ali ao fundo da rua num instantinho. Já não voltou.
Existem pessoas que nos vamos habituando a ver todos os dias e a quem cumprimentamos todos os dias que mesmo com os anos que já carregam, nem nos passa pela cabeça o dia sem elas. O Sr. A (não, não é o mesmo do post da 'Na) é, junto com a esposa uma dessas pessoas. A D. Lourdes é uma avó para mim. O Sr. A é o marido dela, o Sr que eu cumprimento sempre quando passo pela horta que ele insiste em manter, o sr a quem eu comprava produtos frescos para as minhas sopas. Ele está no hospital e o diagnóstico é reservado, e ontem caiu-me a ficha. O Sr tem 80 anos e são inevitáveis os dias sem ele. Agora ou mais daqui a uns tempos. Por causa deste problema de saúde ou de outra coisa qualquer (a minha mãe era muito saudavel)... a morte é certa, é um cliché mas é verdade. Mas por muito certa que seja, a verdade é que nunca nos lembramos dela e da sua inevitabilidade. E um dia, nem o Sr. A nem a esposa cá estarão. Nem outras tantas pessoas ou nem sequer eu (não levem isto como um post depressivo, que não é) e isso, por ser tão certo e tão verdade deveria ser suficiente para nos ajudar a ver e a viver certas coisas de outra maneira.
Perdoem-me a reflexão do post hoje :)